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Julia Kwapis, de 14 anos, é uma das seis pessoas que morreram durante a passagem do tornado classificado como EF3 pelo Paraná, na sexta-feira (7). Ela estava na casa de uma amiga, em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, quando foi arrastada pelas rajadas de vento, segundo a família.

Ferida, a adolescente foi levada ao Hospital São José, em Laranjeiras do Sul - cidade a aproximadamente 18 quilômetros de distância. Não há informações de por quem e como ela foi socorrida.

Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a mãe de Julia explicou a família ficou sem notícias da jovem durante toda noite de sexta-feira e madrugada de sábado (8). Às 6h20, durante as buscas por informações, ela foi comunicada que a filha estava no hospital da cidade vizinha.

"A princípio, o que a gente soube é que ela foi jogada, ela foi arrastada. Ela chegou aqui em um grau muito difícil... um grau quatro de sobrevivência. Ela está muito machucada", disse a mãe.

A mãe contou que Julia iria receber a Crisma - sacramento da Igreja Católica - neste sábado. A família estava combinando um churrasco para comemorar.

As identidades das outras vítimas não foram divulgadas até a última atualização desta reportagem.

Seis mortes confirmadas
Em relatório divulgado na manhã desta sábado, a Defesa Civil confirmou que cinco pessoas que morreram são de Rio Bonito do Iguaçu: dois homens de 49, 57 e 83 anos, e duas mulheres, com idades de 47 e 14 anos - sendo Julia a mais nova.

A quinta vítima é de Guarapuava, um homem de 53 anos que foi soterrado.
Pelo menos 750 pessoas ficaram feridas, de acordo com a Defesa Civil.

Tornado e temporal destruiu cidade
Moradores relataram que o tornado chegou com temporal, vento forte e granizo. Segundo a Defesa Civil, cerca de 90% Rio Bonito do Iguaçu ficou destruída, com destelhamentos e colapso estrutural de algumas construções.

Rio Bonito do Iguaçu tem cerca de 14 mil habitantes e fica a 400 km de Curitiba.

As autoridades afirmaram que há suspeita de mais vítimas sob escombros. Um hospital de campanha foi montado no município para atender a demanda.

Às 19h de sexta-feira, mais de 3 mil imóveis da cidade estavam sem luz. A distribuição de água também foi afetada.
O coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Paraná, afirmou que o número de vítimas pode aumentar. Segundo ele, equipes de várias regiões do estado, inclusive de Curitiba, foram enviadas para apoiar os trabalhos.

“Nossas equipes disseram que encontraram um cenário de guerra. Temos uma equipe no local trabalhando com cerca bombeiros de várias regiões do Paraná na busca e resgate de pessoas. Nossa prioridade é a busca e o salvamento neste momento”, disse.