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Fernanda e Fabiano de Matos Dias, irmãos que viviam com os pais em uma fazenda no distrito de Malu, zona rural de Terra Boa (região de Campo Mourão), e desapareceram em 27 de junho de 2002, enquanto percorriam o mesmo trajeto diário rumo ao ponto de ônibus escolar — uma pequena estrada de terra ladeada por lavouras, a cerca de 500 metros da casa da família.

Naquela quinta-feira, Fernanda, então com 17 anos, seguiu sua rotina habitual. Pela manhã, embarcou para a Escola Helena Kolodi, em Terra Boa. Na volta para casa, foi deixada no ponto por volta de 12h30. Antes de descer, se despediu de uma amiga e combinou um ensaio de dança para a festa junina da escola. Estava animada, fazendo planos.

Poucos minutos depois, enquanto estendia roupas no varal, a mãe, Alaide, ouviu um grito vindo da mata próxima. Ela acreditou que fosse da filha. Os cachorros começaram a latir. Assustada, chamou Fabiano, de 15 anos, que se preparava para ir à escola. O adolescente, tentando tranquilizar a mãe, disse que o barulho era dele brincando com os cães.

Em seguida, Fabiano se despediu e tomou o mesmo caminho que a irmã havia feito instantes antes. Seu ônibus passaria pouco depois, como todos os dias. Mas ele nunca chegou à estrada. E Fernanda nunca voltou para casa.

Ao perceberem que algo estava errado, os pais procuraram o motorista do ônibus. Ele confirmou ter deixado Fernanda no ponto habitual, mas afirmou que Fabiano não apareceu para embarcar. As buscas começaram imediatamente, envolvendo moradores, vizinhos e a Polícia Militar.

O trecho foi vasculhado diversas vezes, mas não houve qualquer pista: nenhuma marca de pegada, nenhum objeto, nenhum sinal de luta. Nada. O mistério se instalou ali, no curto percurso que os dois irmãos percorriam diariamente.

Passados 23 anos, as perguntas continuam sem resposta. O que aconteceu naquele intervalo de minutos? Como dois jovens desaparecem no mesmo local, no mesmo dia, sem deixar rastro? Fernanda teria hoje 40 anos; Fabiano, 38. A família segue vivendo entre a dor e a esperança. O pai dos jovens faleceu sem descobrir o destino dos filhos. A mãe ainda espera por respostas.
O caso permanece aberto na memória dos moradores e simboliza um dos desaparecimentos mais enigmáticos do interior do Paraná. (Poliana M).